Especiais
Zagueiro do presidente, Mano Menezes abreviou carreira no campo por limitação
Técnico do Corinthians teve carreira curta como jogador. Em Venâncio Aires viveu melhor momento, mas também a frustração de não ir mais longe

Venâncio Aires, a 130 quilômetros de Porto Alegre, é conhecida como a capital nacional do chimarrão, bebida que é a paixão de muitos gaúchos. Não é exagero, porém, dizer que a cidade, de 65 mil habitantes, tem tido mais destaque no cenário nacional por conta de um dos seus filhos mais ilustres: Mano Menezes. É verdade que o técnico do Corinthians nasceu em Passo do Sobrado, 25 quilômetros mais adiante, mas foi no município da erva mate que ele deu seus primeiros passos rumo ao estrelato.

Na semana em que Mano Menezes pode levar o Timão à conquista da Copa do Brasil, quarta-feira, contra o Internacional, em Porto Alegre, o Globoesporte.com traça um perfil do treinador. Desde o início como jogador amador e a tentativa frustrada de ser profissional, passando pelas profissões que exerceu antes de se dedicar somente ao futebol, a consagração como técnico e terminando na capital gaúcha, que pode ser o palco do auge de sua carreira.

Foi motivado pelo pai, Omar, que o então garoto Mano Menezes resolveu enveredar no futebol. Em 1979, com 17 anos, ele já defendia as cores do Esporte Clube Rosário, de Passo do Sobrado, clube do qual seu incentivador era presidente. A aventura começou no ataque, recuou para o meio-campo, como volante, e por fim se estabeleceu na zaga, onde viveu seu melhor momento. Na proteção à meta é que começou a se interessar por tática, de tanto observar o posicionamento dos times.

- Comecei a gostar mesmo de futebol por causa do meu pai, que era presidente do Rosário, de Passo do Sobrado, onde nasci. O futebol era a única opção de lazer na época, a atração dos fins de semana e com o meu pai envolvido nisso ficou mais fácil me apaixonar pelo esporte - contou o técnico do Corinthians.

As boas atuações de Mano no Campeonato Municipal de Venâncio Aires fizeram o Esporte Clube Guarani, maior clube da região, procurá-lo. A partir daí, a capital nacional do chimarrão começou a virar a casa do hoje treinador do Timão. O principal momento do zagueiro com a camisa rubro-negra foi em 1988. Capitão do time, ele foi o responsável pela última cobrança na decisão por pênaltis do Campeonato Amador, que dava ao campeão o direito de disputar a segunda divisão gaúcha. E ele marcou.

- A cada dia meu amor pelo futebol aumentou, o que é fundamental para trabalhar nele. Tive muita sorte de conviver com bons jogadores, grandes pessoas, que me ensinaram os valores da vida – acrescentou o comandante alvinegro, que também jogou pelo Fluminense de Mato Leitão, paralelamente ao começo como técnico.

O retorno do Guarani ao futebol profissional do Rio Grande do Sul significou o fim da linha para o zagueiro Mano, mas o ponto de partida para o treinador Mano Menezes. Comandante do time rubro-negro naquela conquista de 1988, o ex-técnico Telmo Kist lembra o espírito de liderança dele dentro de campo, mas afirma que para avançar como atleta era preciso algo mais.

- Ele sempre foi muito crítico e tinha consciência de que não sabia o suficiente para ser profissional como jogador. O Mano era exigente com ele mesmo e um líder em campo. Eu tinha certeza de que como treinador seria um excelente profissional. Ele sempre estudou muito futebol e mostrou cedo a vocação para ser técnico - falou Kist.

Mano não esconde que era um jogador limitado. Reafirma essa condição sempre que o assunto é a sua carreira dentro de campo.

- Quando o Guarani chegou à segunda divisão gaúcha, eu ainda joguei dois anos, mas apenas como um jogador a mais no grupo, não mais como titular absoluto. Ainda tínhamos nossa profissão e demos um jeito de trabalhar e jogar. Mas tive de fazer uma escolha. Então analisei, vi que a remuneração era baixa, que tinham jogadores superiores a mim e resolvi fazer faculdade de educação física – contou o corintiano.

O agora treinador do Timão atuou como jogador até 1992, quando foi convidado para ser auxiliar na comissão técnica dos juniores do Guarani de Venâncio. Ele estava com 30 anos. Pouco depois virou técnico dos garotos. Os bons resultados fizeram a direção efetivá-lo no profissional em 1997. Começava aí a história de sucesso do técnico Mano Menezes, campeão gaúcho de 2002 com a equipe – naquele ano, por conta do torneio Sul-Minas, Internacional, Grêmio e Juventude não jogaram o Estadual.

----------
Fonte: Globo.com
Data de publicação: 29/06/2009


• Especiais Anteriores
• Vídeos

 
Anterior 225 224 223 222 221 220 219 218 217 216 215 214 213 212 211 210 209 208 207 206 205 204 203 202 201 200 199 198 197 196 195 194 193 192 191 190 189 188 187 186 185 184 183 182 181 180 179 178 177 176 175 174 173 172 171 170 169 168 167 166 165 164 163 162 161 160 159 158 157 156 155 154 153 152 151 150 149 148 147 146 145 144 143 142 141 140 139 138 137 136 135 134 133 132 131 130 129 128 127 126 125 124 123 122 121 120 119 118 117 116 115 114 113 112 111 110 109 108 107 106 105 104 103 102 101 100 99 98 97 96 95 94 93 92 91 90 89 88 87 86 85 84 83 82 81 80 79 78 77 76 75 74 73 72 71 70 69 68 67 66 65 64 63 62 61 60 59 58 57 56 55 54 53 52 51 50 49 48 47 46 45 44 43 42 41 40 39 38 37 36 35 34 33 32 31 30 29 28 27 26 25 24 23 22 21 20 19 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 Próximo