Mano Menezes é pop. Tem quase 400 mil seguidores no microblog Twitter, número que o garante entre os 10 principais usuários no mundo. Virou ídolo da torcida do Corinthians, a segunda maior do Brasil e aumentou sua cotação com a Copa do Brasil, quarta-feira. A taça apenas carimbou sua ascensão como o técnico da hora no país. Seja dentro ou fora de campo.
Primeiro, a parte do futebol. Há quem veja Mano à frente de Wanderley Luxemburgo. Caso do jornalista Juca Kfouri. Para ele, o gaúcho nascido há 47 anos em Passo do Sobrado, no Vale do Rio Pardo, ostentava conquistas significativas desde o vice de Libertadores pelo Grêmio, em 2007. A diferença agora é que treina o Corinthians, onde tudo ressoa.
“A maneira como ele subiu com o Corinthians (na Série B, em 2008 ) foi mais difícil do que a conquista da Copa do Brasil, em que havia dois grandes times” compara Juca, para quem o vice da América pelo Grêmio em 2007 merece ser mais valorizado que a taça de quarta-feira.
O currículo de Mano engorda em velocidade e sugere franca ascensão. Começou em 2002, com o título do Interior pelo Guarani-VA. Depois vieram o Gauchão, em 2006, e o resgate de Grêmio e Corinthians da Série B.
Neste ano, o desempenho parece impecável. Conquistou o Paulistão, invicto, e a Copa do Brasil. Garantiu vaga na Libertadores, principal projeto do centenário do Corinthians. Tudo é calculado. Como diz uma pessoa próxima ao técnico, Mano mede cada palavra. É metódico, cético e realista. Planeja passo a passo. A mãe, Laurinda, resume bem em conversa por telefone desde Passo do Sobrado:
– Ele nunca conta algo como certo.
Kfouri segue na mesma linha:
– É o bom-senso sobre duas pernas e uma cabeça.
Amigo de Venâncio Aires e seu diretor no Guarani, Paulo Battisti conversou com Mano antes da final.
– Já estás com a mão na taça – provocou Battisti.
– Não é bem assim – disse Mano.
Com a mãe, Mano não teria conversa parecida. Os dois só falam de amenidades e questões particulares. Dona Laurinda mantém distância do futebol.
A última vez que ela viu o filho foi na Páscoa. Talvez não tenha percebido sutis mudanças. O Mano “paulista” trabalha a própria imagem, no que conta com ajuda da filha, a jornalista Camilla. Em seu site (www.manomenezes.com.br), exibe até logomarca estilizada. No twitter, atualiza sempre seu microblog. Na quinta-feira, em meio à viagem de Porto Alegre a Brasília e, depois, para São Paulo, colocou quatro mensagens, inclusive com pedido de desculpas por não avisar sobre a mudança repentina de rota. Disponibilizou ainda o vídeo de seis minutos da preleção da final. Deste jeito – e com taças no armário –, não há mesmo como ser impopular.
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Fonte: Zero Hora
Data de publicação: 05/07/2009