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Com a pulga atrás da orelha: Messi preocupa Mano na Copa América
Treinador da Seleção Brasileira lembra poder de decisão do craque argentino e faz alerta contra o salto alto verde e amarelo na competição

Ele tem apenas 1,69m e 23 anos, mas deixa todo e qualquer adversário preocupado, sempre alerta. Até mesmo a Seleção Brasileira, pentacampeã e berço dos principais jogadores do mundo. Às vésperas da Copa América, a ser realizada na Argentina, de 1º a 24 de julho, o técnico Mano Menezes lembra que o craque “hermano” já mostrou sua força ao futebol canarinho recentemente. E afirma que La Pulga pode ser uma enorme pedra no caminho do Brasil.

Não poderia ser diferente. Apesar de a Seleção Brasileira contar com o talento de Neymar, principal aposta verde e amarela para a Copa América, Messi está um degrau acima dos demais. Eleito melhor do mundo pela segunda vez em janeiro deste ano, o argentino tem feito chover no Barcelona. Neste sábado, aliás, o time catalão decide a Liga dos Campeões, contra o Manchester United, em Londres.

Mas Mano Menezes não quer fazer de Messi a única preocupação brasileira para a competição continental. Até porque antes de um possível confronto com o país anfitrião, o Brasil terá pela frente Venezuela, Paraguai e Equador na primeira fase.

Nessa terceira e última parte da entrevista exclusiva ao Globoesporte.com, Mano Menezes fala, além de Messi, dos adversários do Brasil, da pressão de jogar na Argentina e da atenção que o time deve ter com o salto alto.

GLOBOESPORTE.COM: Antes mesmo de a Copa América começar, o Messi já é a principal atração. O que você tem a falar sobre o argentino?
MANO MENEZES: O Messi é um jogador que pode decidir qualquer partida a qualquer momento. E nós experimentamos isso na pele no amistoso contra eles, no ano passado. Fomos, principalmente no segundo tempo, superiores à Argentina. Não sofremos absolutamente nada em termos de perigo e, aos 45 minutos da etapa final, escapou uma bola (perdida por Douglas), ele driblou três jogadores e definiu o jogo. Esse é o Messi. É verdade que tem feito isso com mais frequência no Barcelona, mas ele vai estar na Copa América com essa função: decidir. A Argentina vai jogar marcando muito, com a condição de errar pouco, apostando muito na capacidade de resolução de jogo que o Messi tem.

E como está a avaliação dos adversários, especialmente Venezuela, Paraguai e Equador, que estão no grupo do Brasil?
Eu sempre digo que hoje em dia você pode cometer alguns equívocos, mas falta de informação não é mais permitida. É óbvio que todo mundo observa todo mundo. Você não fica falando muito sobre isso, porque faz parte da estratégia de como se conduz. Você não avisa para o seu adversário que vai olhar determinado jogo, porque ele também esconde, às vezes não usa uma formação. Mas de vez em quando andamos um pouco longe que é para ver onde utilizam determinada formação. Temos um pouco mais de dificuldade na Venezuela, porque é um adversário que se reúne menos, que tem mais dificuldade de estabelecer bons jogos, com grandes adversários. Mas até da Venezuela nós temos as informações.

Paraguai, Uruguai e Argentina são as principais ameaças ao Brasil? Ou Chile e Colômbia podem aparecer como surpresa?
Eu acho que mais o Chile nesse momento do que a Colômbia. A Colômbia tem aquela tradição de jogar bem, mas nos momentos mais decisivos sempre falta alguma coisa. O Chile, com o Brasil, tem enfrentado seus maiores problemas em termos de seleção. Mas você sabe que nada resiste a um bom trabalho, e o Chile vem fazendo um bom trabalho. E uma hora isso vai acabar. Mas ainda acho que nossos principais adversários são Argentina, Paraguai e Uruguai. O Uruguai pela tradição, pelo crescimento e pela reorganização do futebol. A Argentina porque é Argentina e ponto. E o Paraguai porque vem mantendo um mesmo trabalho há bastante tempo, com a mesma comissão técnica. Eu acho que certamente vai ser um adversário duro para o Brasil.

Você acha que a Seleção Brasileira é a que mais vai sofrer com a pressão na Copa América da Argentina?
Com exceção da Argentina, por conta da rivalidade, o Brasil é o segundo país da maioria dos torcedores da América do Sul. Mas o torcedor argentino gosta de futebol bem jogado e certamente, se o Brasil conseguir fazer o que queremos em termos de futebol, eles vão nos respeitar. Só vai ser diferente quando a Argentina for o adversário, é lógico. Nesse caso não está em jogo o bom gosto, mas sim a vitória. E o torcedor argentino vai fazer parte desse conjunto para vencer.

Essa torcida contra vai ser o principal problema para a Seleção Brasileira?
Não vejo isso como nosso maior problema. A Libertadores já deu uma amostragem do problema que nós podemos enfrentar na Copa América. E a Copa do Mundo também deu uma amostragem maior. A meu ver é o crescimento de clubes que vinham há algum tempo ficando para trás e de países que há muito tempo vinham ficando para trás e que agora voltaram com excelentes campanhas, como o Uruguai, por exemplo. Acho que esse é um dado técnico importante para nós.

As eliminações precoces na Libertadores, então, servem de lição?
Apesar de ter sido trágico esse desempenho na Libertadores, isso vai ser positivo na Copa América, porque sempre tivemos uma tendência de achar que somos melhores do que todo mundo, que naturalmente seríamos os melhores. Mas os acontecimentos dos últimos meses deixaram claro que se nós não trabalharmos bem, se não fizermos uma boa seleção, não vai mais ser possível fazer os resultados apenas na tradição e na força da camisa, como há tempos atrás.

Fonte: Globoesporte.com
Data de publicação: 28/05/2011


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