É impressionante a falta que faz o futebol na vida do brasileiro. Passamos o domingo com a sensação, sentida em vários momentos, de que estava faltando algo importante para ser vivenciado, seja ligando a TV ou conversando com os amigos.
É por isso que todo brasileiro é um técnico em potencial, com ideias táticas e opiniões decididas sobre escalação e tudo mais que envolve o esporte mais apaixonante do país.
Diferentemente do europeu, nós, na grande maioria dos casos, não vemos o futebol com o mesmo interesse quando nossos times ou seleção perdem – e, sendo assim, a Copa parece ter ficado sem encanto.
Cabe a nós, nesta hora, tentar alterar um pouco este comportamento, mostrando primeiro a importância do reconhecimento aos que se classificaram, avaliando suas qualidades e ampliando estas análises nos próximos dias.
Em segundo lugar, aproximar cada vez mais o torcedor brasileiro do entendimento de que em futebol se perde e se ganha de muitas maneiras. Detalhes como a bola espalmada pelo atacante Suarez, do Uruguai, mudam a história de uma competição.
Sei que é mais fácil contestar a convocação de Júlio Baptista, Doni ou Kléberson, mas o que dizer das pífias atuações de Cristiano Ronaldo e Deco de Portugal ou Gerard, Lampard e Rooney da Inglaterra, ou ainda Henry e Ribery da França. O melhor jogador do mundo na atualidade, o argentino Messi, sai do Mundial sem ter marcado um gol sequer – fato que era quase uma brincadeira para ele, dois meses atrás, jogando pelo Barcelona.
Existe muito trabalho científico e planejado no futebol, mas existe também uma boa dose de subjetividade que se apresenta no momento, sem condições de previsão antecipada.
Fico feliz quando o torcedor mostra com suas últimas reações, que não está mais a fim de engolir a história criada para se ter sempre um herói ou um vilão. O futebol, uma das paixões da nossa vida, é muito mais do que isso.
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